Quem ama, cuida.
Por Regina Macedo
Um cão ou gato pode viver até 18 anos. E vai depender totalmente de você nesse período. Portanto, não compre animais por impulso.
Aquele filhotinho engraçadinho, em exposição na feira de animais ou no pet shop, chora, roi chinelos e móveis, faz xixi e cocô por todos os lugares, precisa de muita atenção, amor, companhia e deve ser ensinado (com carinho) onde é seu banheiro.
Não compre um bichinho se alguém de sua família rejeita animais. Faça uma reunião e discuta o assunto até chegar à conclusão de que o cãozinho ou gatinho será bem aceito e acolhido. Nada de levar pra casa um ser vivo para depois maltratá-lo e até abandoná-lo.
Não se iluda: esse companheirão causa despesas: necessita de acompanhamento médico-veterinário, deve ser vacinado e vermifugado periodicamente. Precisa de alimentação correta (ração, de preferência), coleira, guia, brinquedos e até uma casinha, se permanecer na parte externa da casa. O animal também deve ter um amigo da sua espécie, principalmente se os humanos ausentam-se por longos períodos.
REGISTRAR É FUNDAMENTAL
Na cidade de São Paulo, além desses cuidados, todo cachorro ou gato precisa ser registrado, possuir uma plaqueta com número de RGA (Registro Geral do Animal) e respectiva carteirinha, onde constam seus dados e os do proprietário. Essa plaqueta deve ser afixada na coleira, sobretudo quando você levar seu bichinho pra passear ou ao pet shop. O registro, entre outras vantagens, facilita a localização do proprietário, em caso de extravio do animal.
Os cães precisam caminhar bastante e correr em áreas livres, caso sua casa não possua espaço suficiente para o animal exercitar-se. Mas atenção: mesmo nos parques, os cães devem sempre usar coleira e guia. E se o seu animal de estimação deixar “caca” nos espaços públicos, trate de recolher tudo e jogar no lixo. Seu animal não sabe que suas fezes emporcalham as ruas e podem transmitir doenças, mas você sabe.
Cães e gatos devem tomar banho de sol e não podem ficar confinados em espaços exíguos. Também precisam dispor de lugar seguro para se abrigarem do sol, do frio, da chuva. Os cães não podem ficar amarrados em coleiras com correntes curtas; e todos os cachorros e gatos precisam de água fresca e alimentos adequados.
VIOLÊNCIA GERA MONSTROS
Se você precisar adestrar seu cão, informe-se muito bem a respeito do profissional que vai educá-lo. Tem muito curioso que se diz adestrador e acaba deturpando emocionalmente seu animal, podendo torná-lo violento. De preferência, solicite uma referência ao médico-veterinário que cuida de seu cão. E fique de olho nas aulas, sempre que puder. Violência não adestra, e ainda pode gerar monstros.
E atenção: não siga modismos sem sentido. Se você gosta de cães de raças como pit bull rotwailler, fila, mastim, bull terrier, tenha-os como companheiros e nem pense em treiná-los para rinhas, atos de agressão e outras barbaridades.
ESSES SIMPÁTICOS VIRA-LATAS
Mais uma dica: pra quem não se importa com raças, uma boa idéia é adotar cães e gatos vira-latas. Eles não têm raça definida, mas são inteligentes, ótimos companheiros, saudáveis e amorosos.
Adotar um vira-latas reduz o abandono e evita o o sacrifício de cães e gatos capturados nas ruas pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A cidade de São Paulo tem um excedente de um milhão de cães e gatos vagando abandonados pelas ruas, sofrendo muito, causando acidentes, sendo capturados e sacrificados. No próprio CCZ, é possível adotar um animal já esterilizado, vacinado e registrado.
LIBERDADE AOS SILVESTRES
Nem pense em levar para casa animais silvestres nativos – eles são parte da natureza e do delicado equilíbrio ecológico, e devem permanecer em seus respectivos habitats. Não se esqueça: comércio ilegal de animais é crime e você pode parar na cadeia ao comprar animais provenientes do tráfico. Existem criadouros legalizados de silvestres, onde é possível adquiri-los com documentos. Mas, pense bem se vale a pena ensinar para as crianças que a fauna nativa pode ser explorada comercialmente e como pet. Já domesticamos outras espécies, e estas sim convivem harmoniosamente com as pessoas. De mais a mais, um silvestre pode transmitir aos humanos doenças sequer estudadas com precisão.
Também animais exóticos (silvestres originários de outros países), como aranhas, cobras, iguanas, peixes elétricos, vêm sendo vendidos em pet shops e viraram moda. Vários deles acabam jogados em parques ou lagos, gerando perigosas introduções de animais exóticos em nosso meio, com conseqüências desastrosas para a fauna nativa, caso a espécie alienígena consiga se reproduzir e se instalar, sem inimigos naturais.
Quanto às aves nativas ou exóticas, mesmo aquelas legalmente comercializadas, nada de confiná-las em minúsculas gaiolas. Proporcione a elas espaço para locomoverem-se e relacionarem-se. De preferência, observe e admire pássaros de vida livre.
E OS FILHOTES ?
Só deixe seus animais procriarem se você tiver absoluta certeza de encontrar lares para os filhotes. Esterilização é a melhor saída: evita problemas e não prejudica a saúde de seu cão ou gato, mesmo filhote. E nada de preconceito: machos e fêmeas devem ser operados.
No mais, curta muito (e retribua) o amor incondicional desses seres incríveis que não possuem nossa linguagem, mas são capazes de expressar profundas emoções num latido, num miado, num olhar, numa lambida, num abanar de cauda. Eles sentem tudo e percebem além. E, certamente, têm alma.
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